segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Sobretudo "Esperança"!



O que eu sinto é sobretudo Esperança! Continuo a acreditar que o Mundo vai ser mais justo. Por isso esqueço as dores e continuo, continuo na minha minúscula ajuda; em poucos meses conheci mais umas poucas minúsculas ajudas que também têm Esperança e trabalham para termos um Mundo mais equilibrado. Talvez seja utopia, mas nós acreditamos.Parece mais fácil dizermos que nada tem conserto, que não podemos mudar o Mundo...parece muito mais cómodo.

Todos os dias tento e acredito que um dia haverá mais uma, outra e outra pessoa feliz.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Um "novo eu"! Um outro rumo...


Quase a terminar o ano de 2007. Sinto-me esgotada. Foram imensas as mudanças na minha vida; dispendi muita energia, muita vontade , muito crer. Foram as tais mudanças de que falei, primeiro subtis, lentas, depois realmente efectivas.

Continuo sem saber se vou conseguir viver com o meu "novo" eu. Mas aprendi muitos assuntos diferentes dos que me ocuparam até há dois anos. Conheci algumas pessoas em meios diversos daqueles dos corredores da universidade e laboratório. Agora vou ocupar-me do novo projecto que tem a ver com pessoas e não exactamente comigo (claro, tem a ver comigo porque o vou desenvolver, mas não tem a ver com "a minha carreira", essas coisas convencionais a que a sociedade nos "obriga"). O facto de ter uma família excelente e amigos óptimos permite-me este novo rumo. Seria muito mais difícil caminhar sózinha.

Tentarei escrever umas linhas todos os dias. Mais sobre o tema do novo projecto do que sobre mim. Tenho alguma dificuldade em não colocar o meu envolvimento emocional, em não partilhar as minhas preocupações acerca do trabalho, as dúvidas e os resultados.

Mas essencialmente gosto de poder partilhar e discutir ideias!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O que dói mesmo, mesmo muito?



Era uma vez, uma extraterrestre cor-de-rosa: O seu nome era Zi. Tinha antenas curtas e avermelhadas, olhos enormes dourados, um bonito sorriso e um nariz arrebitado. Zi adorava viajar pelo espaço na nave parecida com um grande caramelo colorido. Ficava deslumbrada com tudo o que observava. Escrevia muitas histórias sobre os passeios pelo espaço e os encontros com os outros seres do Universo. Zi estava sempre bem disposta, sorridente, e maravilhada com a vida.

Um dia, durante um dos voos na nave colorida aproximou-se de um pequeno planeta. Ficou extasiada; olhou em redor e viu que era azul, de um lindo azul. Tinha aqui e acolá manchas verdes. Aproximou-se mais e mais. Poisou suavemente no centro de uma mancha verde. Eram árvores! Ela sabia, pois tinha muitos livros sobre o Universo e já tinha visto estes seres verdes, que não se deslocam, mas são simpáticos. Têm folhas, flores, frutos, grandes sombras, fazem dos lugares cantos bonitos e agradáveis. Geralmente servem de casa a outros seres. Uns com penas que esvoaçam, debicam, cantam, dormem empoleirados nos ramos; outros pequeninos de asas transparentes cantando num tom monótono BZZZZZ...BZZZZZ...BZZZZZ, abelhas gulosas; ainda outros seres verdes, peganhentos que se arrastam preguiçosamente pelas folhas.

Zi, desceu da nave. Olhou em volta para se ambientar àquele lugar. Logo em frente viu uma mancha azul com ar fresco; era um lago...era água. Também lá moravam vários seres diferentes, coloridos e brilhantes que pareciam divertidos nadando de um lado para o outro. Depois de admirar todo aquele encanto de seres variados, Zi sentou-se à sombra de uma das árvores, uma que lhe pareceu muito mágica, as folhas ondulavam e cintilavam de forma diferente da das suas vizinhas.

Com os olhos sonolentos, Zi foi espreitando o cintilar das folhas. Subitamente um ser pequeno, de diáfana beleza, asas translúcidas e vestido lilás poisou serenamente junto a Zi; outros seres belos e cintilantes juntaram-se ao primeiro. Eram fadas e princípes da árvore mágica. Fizeram mil perguntas a Zi, que respondeu alegremente. Zi também quis saber quem eram, os seus nomes e como viviam. O tempo foi passando Para uma extra-terreste, fadas e princípes encantados, o tempo não é importante. Ali ficaram falando, rindo, jogando.

A fada Carolina era muito, muito faladora; Zi gostou dela. A fada Margarida escutava de olhos arregalados e ficava quietinha baloiçando o corpinho delicado no seu vestido cor de malvas; havia também a fada Raquel, a fada Sara, o princípe Zeke, o princípe Zaki, o Zuli, enfim, muitos novos amigos para Zi.

Zi deixou-se embalar na doce conversa; contou, a todos, muitas peripécias das suas viagens. Finalmente adormeceram.

Quando os primeiros raios da madrugada apareceram ao longe ainda escondidos pelas copas das árvores, Zi acordou e saltitando foi até ao lago visitar os peixes vermelhos e os grandes cisnes negros. Estava muito absorta na sua conversa com os seres do lago quando ouviu um ruído de pauzinhos pisados. Olhou um bocadinho assustada. Era o princípe Zeke. Também madrugara e viera fazer companhia a Zi. Para estes seres mágicos tudo acontece sem tempo. Zeke apaixonara-se por Zi, estava preso no seu belo coração, nas suas viagens, nos seus contos e nos grandes olhos dourados.Contou a Zi como gostava dela. A grande alegria é que Zi se enamorara de Zeke na noite anterior. Ou fora há mais tempo, muito mais tempo? Mas o tempo não era importante. Passearam de mãos dadas até o Sol ir alto no céu.

Não contaram nada sobre o seu amor aos outros amigos. Era um segredo só deles!

Ao longo das horas, tornaram a contar muitas histórias, fizeram gelados dos frutos das árvores e bolinhos de mel. As fadas e princípes estavam contents e Zi muito maravilhada com este pedaço do universo. Como sabem, a fada Carolina era muito, muito curiosa. E era também muito esperta e atrevida. Andou cirandando à volta de Zi, fez perguntas aqui e ali, disto e daquilo; contou muitas coisa simpáticas sobre Zeke. Tudo parecia estar muito bem.

Passado um tempo Zi teve que voltar para a nave caramelo colorida para continuar a viagem pelo astros. Estava triste, um pouco triste por se separar de Zeke. Iriam falando através dos sons das galáxias. O seu amor continuou em segredo, era só deles.

Foram muitas as conversas intergalácticas entre Zi e Zeke. Tinham saudades. mas, estava tudo bem, um dia Zi voltaria ao planeta azul, à clareira da árvore mágica.

A fada Carolina, criatura deliciosa mas um pouco desocupada e estouvada, também comunicava com Zi e lá ia contando peripécias do seu planeta. Como era muito atrevida, talvez não fosse maldosa, conversa aqui, conversa ali, arranjou um sarilho. Inventou umas histórias na sua loira cabecinha e lançou desconfiança na alma de Zeke, que ficou a pensar que o seu segredo, já não seria um segredo. Surpreendida Zi, tentou entender; tentou esclarecer. Mas, sabem estas coisas de intrigas (mesmo sem ser por mal...)fazem mesmo muito mal. Fica um sabor amargo, uma tristeza, a sensação de que levámos uma alfinetada nas costas; e dói, dói mesmo muito.

Querem saber a coisa que mais dói no mundo?
- A Injustiça!

E as outras coisa que doem muito, mesmo muito? Mais do que uma ferida no joelho ou no sobrolho?
- A mentira, a intriga...

Zi está triste! Zeke talvez um dia volte a confiar nela. Mas até Zi voltar ao planeta azul tem um sabor amargo na boca e o seu sorriso ficou menos brilhante. Ela não sabe se vai reaver a confiança de Zeke...

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Sobre uma "reportagem" em Luanda!

Aquele vídeo sobre Luanda, muito recente, feito por duas amigas a vinte e dois deste mês de Dezembro,lançou mais dúvidas no turbilhão de ideias que atravessam os meus pensamentos.

As duas,tiveram como eu, uma parte da vida em Angola. São muito claras as diferenças como Angola nos moldou. A intensidade também é muito diversa. Uma delas (das minhas amigas) faz parte das histórias que escrevi. Conheço-a bem. Não faz comentários durante a "filmagem" mas sei o que pensa. A outra, que não faz parte das minhas histórias, deixou-me conhecer com os seus comentários um pouco do que pensa. Diria que as observações durante a "reportagem" são descontraídas, revelam um imenso bom-humor. Sou tentada a pensar que são comentários apenas ligados à personalidade bem-disposta que a caracteriza. Acredito realmente. Mas...

Como sou muito complicada, as frases descontraídas ficaram a ressoar na minha mente tumultuosa. Já ouvi frases e comentários semelhantes sobre Luanda e sobre Angola muitissimas vezes. Já me zanguei muitas vezes a propósito do assunto, penso que por ser completamente desprovida de humor relativamente a alguns temas.Agora sou capaz de ouvir de forma diferente; já não me zango, oiço e reflicto, e penso que os tais comentários "engraçados" traduzem de facto uma certa forma de pensar, que é real e não tem nada de ingénuo; é simplesmente resultado da visão que tiveram sempre e que mantém sobre a vida em Angola, a de "antigamente" e a de agora. E, ainda sobre a forma como se situam em relação aos problemas, que também continua a ser igual.

Sou de facto muito complicada! Deveria entender que não dizem por mal...é apenas assim...é apenas divertido? Deveria ser mais descontraída? Porque tolerante sou imenso. «Habitualmente dizem-me:não vais mudar o mundo J.» Eu sei que não vou mudar o Mundo,mas não posso contribuir para que seja um pedacinho mais justo?

Gostaria muito!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Um Bom Natal

Foi um bom Natal! Não teve a magia do de 2006! Houve muitos factos que encobriram a aura luminosa que podia existir; houve muitos desencantos, alguma mentira e gente dissimulada; aquelas falsidades e injustiças que abomino, com que tenho enorme dificuldade em lidar. Continuo a ter a sorte de ter uma Família fantástica e amigos excelentes. Só assim consigo ultrapassar os desencantos e encontrar o apoio indispensável para projectos que elaboro. A magia há-de voltar. Entretanto, seco as lágrimas e parto em busca dos valores em que acredito.

Amanhã, recomeço o trabalho. Como tenho imenso trabalho agendado, vou respirar um bocadinho a calma do restinho deste dia.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Véspera de Natal


Véspera de Natal!

Todas as pessoas de quem gosto me telefonaram ou mandaram mensagem! Fiquei mesmo muito feliz. Obrigada pelo meu enorme sorriso.

Nem todos vão poder estar felizes o que me entristece; penso nessas pessoas.Se muitos de nós pensarmos nas pessoas que hoje não podem sentir um pedacinho de alegria, talvez um dia mais pessoas possam estar felizes...

domingo, 23 de dezembro de 2007

Quase véspera de Natal


Amanhã é véspera de Natal!
Hoje é o dia de abrir o armário das lembranças, que adquiro durante o ano, pensando em cada pessoa a quem gosto de oferecer um mimo no dia de Natal.

Houve uma época que os guardava embrulhados, com o nome, com um cartão...prontos a seguirem o seu destino. Mas, as vezes, que pensava que talvez não fosse adequado, de que não me lembrava muito bem o que estava dentro da embalagem colorida, eram muitas...tinha que desembrulhar e tornar a fazer um novo pacote de laçarotes (quando se abrem ficam sempre com ar desarrumado por mais cuidado que se tenha). Fazer uma lista com a descrição do que continha cada embalagem não resultava. Passei a guardar as lembranças sem estarem vestidas de papel e laços.Todos os anos inventava formas diferentes de as enfeitar. Gostava desta tarefa.

Lembro-me especialmente dos anos em que por razões familiares...(isto de ter várias famílias por vezes é complicado)...fazia duas noites de Natal; da dificuldade em não confundir as pessoas e os presentes...(as crianças adoravam, dois natais); do rebuliço do nosso laboratório na faculdade no dia da troca de presentes...

As crianças cresceram, as famílias duplicadas desapareceram; o laboratório durou mais uns anos...

Fui abrir o armário! Confesso que não me surgiu a ideia do nada, já andava a fermentar no pensamento. Mudei o destino das lembranças. Descobri quem ficaria muito feliz. Serão várias outros rostinhos e o meu também. Claro que fico com dúvidas, claro que questiono os meus motivos. Mas entretanto aconteceram vários episódios que me ajudaram a estar mais segura. Para além disto, a Sara e a Raquel ficaram tão contentes com a minha decisão que quase acredito que os meus motivos são bons.

Estou muito, muito diferente...

Penso muitas vezes que as pessoas não mudam. Não mudam profundamente, umas cedências, uns ajustes...mas mudar?! Já não tenho a certeza. Comecei a sentir-me mudar há cerca de cinco anos, bem devagar,com avanços e recuos. Há dois anos mudei tanto que quase penso que não sou mais eu. Provavelmente já era assim, o meu outro eu escondido no convencional da vida; provavelmente no esforço de inventar uma vida esqueci-me de mim. Encontrei-me e ainda não sei se consigo sobreviver. Passaram tantos anos, a pessoa que fui é aquela que estão habituados a conhecer; aquela que sou agora é uma desconhecida, até eu tenho dificuldade em lidar com "ela". Vou tentar um equílibrio.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Trágico e Apocalíptico : " BASTA! Acabar com o Genocídio no Dafur e Noutros Locais"de Don Cheadle & John Prendergast


Hoje tomo emprestado uma passagem do livro BASTA! de Don Cheadle e John Prendergast.


Passei várias hora a pensar nestas palavras "Trágico e Apocalítico". O meu melhor amigo sugeriu-me que não fosse "trágica e apocalíptica"; penso que se referia ao quotidiano da vida, e creio que tenho alguma propensão para o ser, pelo que achei de facto uma sugestão muito oportuna. Mas, como de facto sou muito complicada, as palavras ficaram a ecoar no meu pensamento.




E do quotidiano da vida passei rapidamente a assuntos que me preocupam e que têm vindo a preencher as horas do meu trabalho. O pensamento voou para o "Trágico" de facto do Dafur, talvez porque é um dos livros que tenho estado a ler.




Logo no ínicio, no capítulo 1, página 29:


(...) Para nós, o Dafur tem sido o Ruanda em câmara lenta.Terão morrido talvez quatrocentas mil pessoas ao longo de três anos e meio de cachina, mais de dois milhões e um quarto ficaram sem casa e, numa intriga secundária particularmente sinistra, milhares de mulheres foram sistematicamente violadas. Durante 2006, o genocídio começou a disseminar-se, espalhando-se para além da fronteira, para o Chade, onde aldeões chadianos (e refugiados darfurianos) foram chacinados e ainda mais mulheres violadas por mílicias apoiadas pelo Governo sudanês.




Infelizmente, a resposta internacional também se tem desenvolvido em câmara lenta. Com crimes contra a humanidade como o genocídio no Dafur, o mundo solidário está inevitavelmente numa corrida mortal contra o tempo para salvar e proteger o máximo de vidas possível. No Outono de 2004, depois da sua visita ao Sudão, o secretário Powell invocou oficialmente o termo «genocídio». Pouco depois, o seu exemplo foi seguido pelo presidente Bush. Esta representou a primeira vez que um genocídio em curso foi tratado pelo seu devido nome por um presidente dos EUA em exercício. E contudo, no Dafur, como na maioria destas crises, a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, respondeu principalmente exigindo cessar-fogos e enviando ajuda humanitária. São gestos importantes, certamente, mas não põem fim à matança.




Acreditamos que é nossa responsabilidade colectiva voltar a santificar a sagrada expressão pós-Holocausto «Nunca Mais» - transformá-la em algo significativo e fundamental. Não só para o genocídio que está a decorrer hoje no Dafur, mas também para o próximo caso de tentativa de genocídio ou de atrocidades em massa.




E há outros casos, sem dúvida.


(...)


Temos que fazer tudo o que pudermos para nos organizarmos, fazer cumprir a lei internacional dos direitos humanos e impedir que estes crimes hediondos voltem a acontecer.




Este é o nosso desafio.


(...)


........... """.......... """..........




...esta é só uma pequena passagem do livro... todo o seu testemunho nos mostra o trágico...




Obrigada Z. por me teres feito pensar, no que é verdadeiramente trágico.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um sorriso mais!

Há vários dias que chove e troveja, dias escuros, molhados, cinzentos. Passei muitos dias assim ao longo dos anos...mas não eram dias tristes...tinham o seu encanto cinza. Ultimamente têm sido difíceis os dias sem sol.

Foram fases sucessivas de desencantos alternando com acontecimentos muito bons. Subitamente, descobri que não quero pensar mais em desencantos. Abri a "tal" caixinha dourada e tirei tudo o que de fantástico ia guardando; ali fechadas as "coisas" boas não podiam respirar...vou usá-las!

O Natal de 2006 foi muito gostoso. Nada se repete...mas porque não tornar o de 2007 mais gostoso?...assim não é repetido, será novo.

O sorriso não é fácil, mas devagarinho há-de regressar. Claro que para quem não me conhece é difícil saber do que estou a falar, mas como é pouco provável que alguém que não me conhece leia o que escrevo...posso continuar desta forma enigmática que gosto de usar.

Sabem como gosto de sorrir, de rir mesmo...e estranham porque não tenho sorrido. Há pouco descobri a razão!
Huuummm, também sabem como não gosto nem um pouco de mentiras e gente dissimulada. E como sofro quando tropeço nelas. Ponto final, não me vão voltar a fazer sofrer. E, afinal os meus amigos sabem como sou mesmo amiga e jamais duvidam da minha amizade. Ah, também sabem que podem confiar em mim e não têm dúvidas.

Posso voltar a sorrir, agora que decidi que aquelas pessoas falsas não me vão mais fazer sofrer, apenas porque não vou deixar que o façam. Também não podem contar comigo. A minha energia é para quem gosta de mim, da minha companhia, da minha alegria ou tristeza, do meu afecto, da ajuda que posso dar e da que gosto de receber.

Ah, sinto uma enorme liberdade com esta decisão. Uma imensa energia. Agora posso sorrir e ajudar a colocar mais sorrisos no mundo.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

"predador"???

Depois de muito reflectir, de ler, escrever, tornar a ler e pensar sobre as questões que coloquei ontem, subitamente veio-me à ideia, surgiu como um relâmpago: "predadores"... Confesso, fiquei assustada! Não me surgiu como um ser com pêlo ou escamas, nem com garras e forte bico retorcido...surgiu como um conceito... e achei muito mais assustador do que qualquer predador da natureza. Um substantivo abstracto, um conceito abrangente com uma carga funcional e emocional tão vasta "predadores", fez-me arrepios! Fiquei paralisada! Foi uma relação perturbadora com o assunto que estava a estudar... Respirei fundo, agarrei os meus apontamentos e cautelosamente reiniciei a leitura...

Neste momento continuo um pouco angustiada; não porque seja uma relação nova mas porque os meus propósitos eram tão positivos e optimistas...ainda são, mas tenho que ser mais cautelosa no meu entusiasmo. O melhor de tudo, é que sou optimista e continuo a acreditar no Homem...

Para obviar o lado sombrio, por vezes escrevo contos de magia, são muito repousantes. Estive a ler alguns, e continuam a ser magicamente verdadeiros. O meu desgosto é que não posso espalhar a magia e melhorar o mundo triste, mas talvez se puder partilhar os meus pensamentos, o fluxo de querer participar realmente com pequenas gotas de trabalho se transforme num curso mais caudaloso...e o mundo possa ter mais um sorriso.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Trinta anos num "limbo" de sentimento de Pátria

No contexto da designada "Descolonização" protogonizada por Portugal, muitos "Angolanos" e muitos "Portugueses" foram forçados a sair de Angola unicamente por motivos de sobrevivência (Diáspora Angolana). A grande maioria tinha desenvolvido um sentimento de pertença/Pátria com Angola.
Quantos deste indivíduos estariam interessados em regressar à sua Pátria e desenvolver trabalho para a reconstrução de Angola?
Haverá mais quatro questões a responder:
1. Estará Angola interessada no regresso e contribuição destes indivíduos? (Governo Angolano/Povo Angolano)
2. Estará o Governo Português interessado numa verdadeira e transparente colaboração com o Governo Angolano/Povo Angolano ?
3- Estará o Governo Português interessado em apoiar a Diáspora Angolana redimindo-se dos seus profundos erros do passado?
4- Quantos da Diáspora Angolana estão dispostos ao retorno à Pátria?